Simpósio de Segurança nas Fronteiras da SSP reúne autoridades de outros países
Os investimentos, a importância das prefeituras no apoio à Estratégia Estadual de Segurança na Fronteira (Esfron) e a melhoria das condições de trabalho foram um dos assuntos discutidos hoje durante 1º Simpósio de Segurança Pública nas Fronteiras do Amazonas, realizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). O encontro, que acontece de 25 a 27 de novembro em Tabatinga, debate problemas e soluções para conter o avanço da criminalidade e suas consequências para o cidadão, como o tráfico de drogas, armas, minérios e outros.
Na abertura do evento, no dia 25, o secretário de Segurança Pública, coronel PM Paulo Roberto Vital, recebeu em nome do governador José Melo representantes dos estados de fronteira e especialistas em várias áreas para debater e apontar caminhos para problemas que vêm ganhando dimensões preocupantes, como o narcotráfico e o descaminho de minérios.” É importante essa integração para combater com mais eficácia a criminalidade nessa área”, disse.
Especialistas como o presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública e titular da pasta no Mato Grosso, Alexandre Bustamante; diretora da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Cristina Villanova, delegado da Polícia Federal e conhecedor da realidade nas fronteiras Mauro Sposito; professor de relações internacionais da Universidade Federal do Amazonas, Álvaro Gomez Suarez; professor e geólogo Frederico Cruz, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); general do Exército Brasileiro e comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, Ênio Martins; coronel Gildardo Blanco, comandante da Polícia Nacional da Colômbia, entre outros, realizaram palestras e debates para cerca de 200 participantes do simpósio.
Participam ainda do simpósio representantes das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária, Exército e Marinha, Corpo de Bombeiros, prefeitos e entidades da sociedade civil de 11 estados que compõem a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), criada pelo governo federal em 2011 para melhorar a vigilância da fronteira brasileira com a participação das polícias estaduais.
Na saudação aos visitantes, o secretário Vital apresentou em vídeo um balanço do que o Amazonas tem feito para assegurar a segurança das populações habitantes dos 31 municípios do Estado nas fronteiras e divisas, principalmente com os maiores produtores mundiais de cocaína, Peru e Colômbia. “Santo Antônio do Içá, Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte, e na fronteira com a Venezuela, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, além de Manaus, sofrem os reflexos do narcotráfico mais diretamente. Não é à toa que a capital concentra cerca de 80% de todas as ocorrências criminais do Estado”, afirmou.
Vital acrescentou ainda que o Governo do Amazonas está muito atento a essa situação, reforçando o apoio ao Esfron com a extensão do programa Ronda no Bairro para todos os municípios de fronteira a partir de 2015 e ampliando as parcerias com órgãos municipais e federais, como é o caso das Forças Armadas, Polícia Federal, Ibama e Receita Federal. “Não há outro caminho a seguir que não o da valorização do tripé planejamento-inteligência-integração nos investimentos destinados às nossas fronteiras”, disse.
Reforçando as palavras de Vital, o presidente do Consesp, delegado Bustamante, disse que poucos brasileiros têm a dimensão do que se vê na fronteira oeste do país, como é o caso de Tabatinga. “Muitos problemas das grandes cidades brasileiras poderiam ser mitigados desde a fronteira, com melhoria das condições de segurança”, disse.
Comandando diversas operações nas fronteiras do Amazonas, o delegado Mauro Sposito mostrou imagens de estudos que apontam o avanço da produção de drogas do lado peruano da fronteira. “Hoje o Peru produz cerca de 300 toneladas/ano de cocaína”, afirmou.
O geólogo Frederico Cruz foi bastante incisivo ao afirmar à plateia que o descaminho de minérios valorosos, principalmente das terras indígenas, é evidente. E mostrou onde se localizam as grandes potencialidades minerais do Estado para alertar para a necessidade dos governos investirem mais na segurança dessas terras.
