PMs utilizam arte marcial como forma de proteger crianças e adolescentes da criminalidade

 

                            

 

Além de defender a sociedade dia e noite, policiais militares também dedicam seus esforços em outras maneiras efetivas de proteger crianças e adolescentes que, muitas vezes, encontram-se em situação de vulnerabilidade social. Um meio eficaz e comunitário é o esporte. Nas zonas norte e leste, projetos de jiu-jitsu têm abrido caminhos para crianças e adolescentes. Alguns já conquistaram até medalhas.

Os projetos Kimura e Atroari da 3ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) e 30ª Cicom, respectivamente, atendem cerca de 80 crianças e adolescentes dos bairros da Zona Sul e Leste da capital, incentivando a prática da arte marcial milenar, o espírito competitivo, disciplina, além da presença obrigatória na escola, que é cobrada pelos mestres.

Há três anos, no quintal da 3ª Cicom, localizado no bairro Petrópolis, o Sargento Sérgio Viana, dedica suas noites a treinar cerca de 40 alunos, com idades entre 7 e 15 anos. Às segundas, as turmas aceitam alunos de mais idade. O projeto Kimura (palavra que significa chave de braço) surgiu através dos militares que praticam o jiu-jitsu e tiveram a ideia de levar às crianças da comunidade um pouco de esporte.

“É um projeto voltado à comunidade, para quem tem vontade de treinar e não tem condições. Temos sete campeonatos por ano e as nossas crianças competem. Temos três que são feras e já ganharam medalhas e troféus. Estamos trabalhando para retirar essas crianças das ruas. Nós ajudamos os alunos carentes, alguns que não tem como comprar quimono, dinheiro para se inscrever em campeonato. Eu consigo levar oito a 10 crianças para competir”, relatou o sargento.

De acordo com o policial, o maior objetivo do projeto é resgatar as crianças e jovens que correm risco de serem cooptados para o tráfico de drogas, investir neles e assim ver a mudança que acontece na vida deles por meio do esporte. “Para mim é um prazer retirá-los das ruas para trazer para base e treinar. Através do jiu-jitsu, nós orientamos para o bem. Não podemos deixar essas crianças nos becos, à mercê do tráfico, e como faço trabalho de rua, aproveito para patrulhar nas escolas deles e verificar se estão indo para aula, se não estão se envolvendo em confusão”, afirmou.

Há dois anos treinando no projeto Kimura, o atleta Leandro Oliveira, 17, contou que certo dia ouviu o sargento Sérgio informando sobre os treinos perto da casa dele e, então, decidiu descobrir o jiu-jitsu. “Eu moro em uma área perigosa. Lá só tem coisas que não presta, mas eu decidi que não queria isso para minha vida e então comecei a treinar, me dedicar ao jiu-jitsu. Já participei de competições, algumas ganhei, outras perdi, mas o que importa é que quero continuar treinando. Eu levo a sério”, disse.

30ª Cicom

O projeto Atroari nasceu na área da 13ª Cicom em 2013 e, há dois anos, foi implantado na 30ª Cicom. Com o objetivo de atender crianças e adolescentes moradores da Zona Leste, mais precisamente dos bairros Jorge Teixeira e João Paulo, e oferecer um esporte como alternativa de atividade em contra turno escolar. Além do patrulhamento ostensivo nas ruas, os Cabos da Polícia Militar D Alan e Adriano Pacheco, nas horas de folga, se dedicam a ministrar os treinos para a meninada.

“O projeto Atroari tem como intuito evitar a evasão escolar através das filosofias do esporte que é: hierarquia, disciplina e respeito, que são os mesmos pilares da Polícia Militar. A maioria dessas crianças mora em áreas periféricas e o nosso intuito é minimizar as mazelas da sociedade, fazer prevenção primária e fazer das crianças e adultos responsáveis. Esse é o papel de Polícia Militar, além do trabalho ostensivo, fazer o preventivo”, afirmou o cabo D Alan.

De acordo com o cabo Adriano Pacheco, além dos treinos, os policiais se dedicam em ministrar palestras sobre prevenção das drogas, o respeito aos pais, frequência e dedicação na escola. “O nosso papel como projeto social é justamente chegar nessas crianças que tem tempo livre, que às vezes ficam próximo de locais com altos índices de criminalidade e a gente tenta ser o elo entre o bem e a criança, pois a gente sabe que se a polícia, a escola e os pais não protegerem, essas crianças se tornam alvos fáceis do tráfico de drogas, do crime”, explicou.

Aos 11 anos, Thayla Gabrielly é a única atleta feminina do projeto. Ela já coleciona oito medalhas de ouro, prata e bronze dos campeonatos que já competiu. O amor e dedicação ao jiu-jítsu começou há um ano e meio, após a avó da menina, que trabalha no Sest Senat, conversar com os mestres. “Minha avó me inscreveu e eu comecei a treinar. No início foi um pouco difícil, eu ficava cansada, mas hoje eu gosto muito, principalmente de competir”, disse.

Os treinos acontecem no Sest Senat, localizado na avenida Autaz Mirim, bairro Jorge Teixeira nos horários da manhã e tarde. As aulas são de graça.

 

Título: Jiu-jítsu como forma de retirar crianças da criminalidade

 

Crédito: Divulgação/Bruno Zanardo/Secom

 

                                               


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