Segurança cumpre outra ordem judicial de reintegração de posse
Ainda esta semana, o sistema de segurança pública cumpre ordem judicial de reintegração de posse no quilômetro 36, da rodovia Manoel Urbano, AM-O70, na comunidade conhecida como Novo Ariaú, no município de Iranduba, a 25 quilômetros de Manaus. No último sábado, a polícia concluiu de forma pacífica e humanitária, a desocupação de terras invadidas entre os quilômetros 4 e 6, na mesma rodovia. A área mede quase 1,6 milhão de metros quadrados.
De acordo com a ordem judicial as terras dos quilômetros de 4 a 6, que pertencem a Orciney Alencar de Oliveira, Gilberto Ramos Maquine e Assembleia de Deus foram ocupadas há cerca de três meses, por aproximadamente cinco mil pessoas. O mesmo ocorre no quilômetro 36, na comunidade Novo Ariaú, de propriedade de Débora Nascimento Souza. Esta última área, de acordo o documento de reintegração de posse, mede 3,259 milhões de metros quadrados.
A operação sob o comando do coronel PM, Aroldo Ribeiro, e coordenação do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), por meio do delegado Frederico Mendes, começou na segunda-feira, no quilômetro 4, e terminou na noite de sábado. De acordo com o coronel Aroldo, foram dias de intensas negociações sempre buscando entendimento para que os invasores saíssem de forma ordeira e pacífica. “Apesar de todo clima de tensão e hostilidade por parte do grupo, cerca de 300 pessoas, a ação das polícias chegou ao final sem nenhum disparo, nem uso de arma não-letal”, disse.
O secretário-executivo do GGI, delegado Frederico Mendes, disse que o sistema de segurança, com apoio da prefeitura de Iranduba, deu toda assistência para que os invasores pudessem ter transporte para locomoção e retiradas dos pertences.”Tínhamos uma logística com quase 40 veículos entre caçambas, ônibus, kombis, caminhões ä disposição para leva-los no local indicado por eles”. A maioria foi para casa de parentes. E alguns já tinham residência fixa, e disseram terem sidos enganados pelas lideranças da invasão que fugiram antes da chegada da polícia”, explicou.
Frederico Mendes explicou ainda que havia uma preocupação muito grande com as crianças e idosos que estão alojados de forma precária e sem condições de higiene. “Na sexta-feira (27), por exemplo, retiramos da área uma mãe que estava com as filhas gêmeas recém-nascidas. Alertamos para os perigos e ela aceitou sair, graças a Deus”, explicou Frederico Mendes.
A Fundação Nacional do Ïndio (Funai), com apoio da Secretaria Estadual para os Povos Índigenas (Seind), fez uma triagem para identificar quantos índios tinham na área. Segundo o coordenador-técnico da Funai, Edivaldo Oliveira, cerca de 150 pessoas, de 7 etnias, apresentaram o Registro Administrativo de Nascimento dos Índios (Rani). “Agora vamos checar se o Rani é verdadeiro. No ano passado, de acordo com investigação da Polícia Federal, cerca de mil documentos foram falsificados. Depois iremos tentar inscrevê-los nos programas de habitação do Governo. Por enquanto, a maioria, será deslocada para o Parque das Nações Indígenas, no Tarumã”, disse.
Participaram da ação mais de 400 profissionais das polícias Civil, Militar, Federal, Corpo de Bombeiros, Funai, Seind, Secretaria de Assistência Social do Estado (Seas) e prefeitura de Iranduba. Só a Polícia Militar tinha um efetivo de 350 homens.