PC deflagra operação ‘Medusa’ e prende dois homens por exploração sexual

Os envolvidos foram conduzidos à Depca.(Erlon Rodrigues/PC-AM)

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), deflagrou na manhã desta terça-feira (18/05), às 6h, a operação ‘Medusa’, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e que resultou nas prisões de dois homens, sendo um sargento da reserva da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), e o outro um comerciante de 50 anos, pela prática de exploração sexual comercial, estupro de vulnerável e favorecimento à prostituição, de duas irmãs, oito e 11 anos, filhas do sargento.

Durante coletiva de imprensa realizada no final da manhã desta terça, no auditório da Delegacia Geral, na avenida Pedro Teixeira, bairro Dom Pedro, zona centro-oeste, a delegada-geral Emília Ferraz salientou a importância da data, bem como da operação.

Delegada-geral Emília Ferraz.(Erlon Rodrigues/PC-AM)

“Precisamos proteger nossas crianças e adolescentes de tudo aquilo que possa a vir ser um risco, um perigo. Por isso, essa conscientização é tão importante para toda a sociedade. E com a operação, mostramos que estamos a postos para servir e proteger”, disse ela.

A delegada Joyce Coelho, titular da Depca, informou que as prisões ocorreram em endereços distintos da zona norte, e que as mesmas são resultado de investigações iniciadas a partir do dia 22 de dezembro de 2020, quando as irmãs se perderam na mata, juntamente com o padrasto delas, um homem de 38 anos, enquanto se deslocavam para um sítio, no quilômetro 24 da BR-174.

“Quando as meninas retornaram, todos os questionamentos recaíram sobre o padrasto, que havia ficado com elas na mata, no entanto, na época, não foi constatado nenhum indicio de abuso sexual praticado contra as irmãs, por isso ele só foi ouvido em termo de declaração e posteriormente liberado”, explicou a delegada.

(Erlon Rodrigues/PC-AM)

Conforme a titular, durante as investigações para esclarecer o desaparecimento das meninas, foi identificado que havia um Inquérito Policial (IPL)de 2014, em nome do pai delas, o sargento da reserva da PM-AM, acusado de estupro de vulnerável contra as duas filhas. Diante disso, foi orientado que elas fossem abrigadas no acolhimento institucional até que toda a situação fosse esclarecida.

Ainda no decorrer das diligências, a irmã mais velha relatou à polícia que desde os três anos ela era abusada pelo próprio pai, e que, também, sua mãe a vendia para o comerciante mencionado, que tinha um estabelecimento próximo da casa delas, e que o mesmo abusava sexualmente dela, em troca de dinheiro, comida e roupas.

“A vítima relatou que na primeira vez que sua mãe a vendeu, ela recebeu R$ 20, e como a menina estava com fome e descalça, a genitora comprou feijão, arroz e um par de sandálias para a filha. Na segunda vez, a mulher disse à criança que precisava pagar uma dívida. Já em relação ao desaparecimento, a vítima disse que o padrasto estava tentando protegê-las, pois naquele dia a mãe estava esperando por elas em um sítio, para vendê-las novamente”, finalizou Joyce.

Segundo Coelho, a ordem judicial em nome do sargento e do comerciante foi expedida no dia 13 de maio deste ano, pelo juiz Julião Lemos Sobral Júnior, da Central de Plantão Criminal.

Procedimentos 

(Erlon Rodrigues/PC-AM)

 Os infratores foram conduzidos à Depca, e, após os procedimentos cabíveis na unidade policial, eles serão encaminhados à Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde ficarão à disposição da Justiça.